domingo, 19 de julho de 2009

POEMA

MUDANÇAS

E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib, Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
'Problemas de moça' viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou musse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do 'não' não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis

Polícia e ladrão virou Counter Strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV

Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência esta coisa maldita!

A maconha é calmante

O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças.

(Luiz Fernando Veríssimo)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

TÉCNICAS DE TCC EM GRUPO

MÉTODOS DE TCC APLICADOS EM GRUPO
Maria Inês Oliveira Santos

1.Registro de Pensamentos Automáticos
O registro de Pensamentos Automáticos refere-se ao exercício escrito que orienta os pacientes no processo de identificação de pensamentos, sentimentos e comportamentos em um dado momento. Yalom (2006) define esse mecanismo da seguinte forma: explicitar o que está implícito; conectar os pensamentos ao humor e ao comportamento.

Ex: “ Nunca vou conhecer alguém que me ache atraente”.
O terapeuta de grupo normalmente ensina os pacientes a concluir o registro de pensamento automático durante o atendimento, pois este é um exercício de construção de habilidades e reflete a natureza psicoeducacional da TCC (WHITE e FREEMAN, 2003).

2.Contestação dos Pensamentos

A TCC orienta os pacientes em um processo de contestação dos pensamentos, especialmente daqueles associados aos sintomas clínicos e comportamentos mal-adaptativos.
Yalom (2006) descreve este método como uma ferramenta em que se desafia as crenças negativas; identifica distorções no pensamento e explora os mais profundos pressupostos pessoais por trás dos pensamentos automáticos.

EX: “Como posso conhecer pessoas se continuo recusando convites para sair para um drinque após o trabalho?”.

Este método de contestar remete ao questionamento socrático, que pode trazer à tona as premissas subjacentes do paciente (WHITE e FREEMAN, 2003). A intenção deste questionamento não é persuadir o paciente em relação à incorreção dos pensamentos e sim, guiá-lo à descoberta de evidências que comprovem se tal crença é verdadeira ou não (KNAPP, 2004).

Modelo de Questionário dos Pensamentos Automáticos em Grupo
(WHITE e FREEMAN, 2003)
1. Quais são as evidências contra e a favor?
2. Há outra maneira de olhar para esta situação?
3. Essa é a única conclusão a que podemos chegar?

Ao contrário de somente identificar pensamentos como bons ou ruins, a TCC convida os participantes do grupo a refletir sobre as vantagens e desvantagens de determinadas premissas em comparação com outras.

3. Monitoração do Humor

É um método comportamental simples, que consiste em pedir ao paciente que classifique seu estado de espírito antes de iniciar cada sessão (é aplicado em todas as sessões). Geralmente é utilizado em casos de transtorno depressivo ou casos de transtorno bipolar.
Tem o objetivo de explorar a relação entre o humor, os pensamentos e os comportamentos (YALOM, 2006).

Ex: “ Acho que comecei a me sentir uma má pessoa depois que ninguém me convidou para almoçar hoje”.

Após o término da terapia, a continuação da monitoração do humor proporciona sinais prévios de perigo potencial e reforça a prevenção de recaída (WHITE e FREEMAN, 2003).
O meio mais completo de monitoração de humor na TCC é o Inventário de Depressão de Beck (BDI), pois permite aos pacientes comparar suas notas com extensas amostragens normativas, além de proporcionar uma análise da depressão por meio de várias avaliações no decorrer da terapia.

4.Hierarquia Emergente

Os pacientes são orientados a identificar os vários estímulos que os fazem sentir-se ansiosos e classificá-los do menos ao mais ameaçador. Dessa forma, pode-se destacar que este método é central nos processos de transtorno de ansiedade.
Em grupo, os pacientes irão escrever suas descrições dos ativadores de ansiedade. Em seguida, eles lêem em voz alta. Dessa forma o indivíduo compartilhará seus medos com os outros membros do grupo e estará refinando e especificando exatamente a natureza de cada ativador (BARLOW, 1993; citado por, WHITE e FREEMAN, 2003).
O autor supracitado descreve as etapas de forma mais detalhada:
a) Pede aos pacientes para ficarem atentos às suas reações físicas durante este exercício, como um meio adicional de conferir sua ansiedade;
b) Ao concluir essa etapa de identificação das atividades e as classificações da ansiedade, é solicitado aos pacientes que escrevam uma lista decrescente dos itens, partindo do mais ameaçador ao menos ameaçador;
c) Em seguida, sugere aos pacientes que verifiquem: o que eles podem observar do processo de ordenação levantados por eles mesmos; o que foi surpreendente; o que eles preferiam mudar.
d) Finaliza, com uma exposição gradual. É nesta etapa de acordo com o autor que, os pacientes determinam quais os itens eles desejam confrontar nas áreas mais baixas da hierarquia, com a finalidade de suprimir suas reações caracteristicamente ansiosas.

Yalom (2006), traz o seguinte exemplo:
Ex: Uma paciente com agorafobia avaliaria os locais que geram ansiedade, para que sejam pouco a pouco confrontadas, da mais fácil a mais difícil.

Um aspecto importante deste método é, que as pessoas no grupo aprendem a colaborar como se fossem cientistas interessadas no estabelecimento de circunstâncias favoráveis para experimentar em seu próprio crescimento terapêutico (WHITE e FREEMAN, 2003).

5.Monitoração de Atividades

Os pacientes escrevem as atividades em um determinado período, geralmente as atividades executadas entre o intervalo de uma sessão e outra. Yalom (2006) descreve que este método tem a finalidade de verificar quanta energia e tempo foram gastos.

Ex: “Monitorar quanto tempo se perde ruminando sobre a competência no trabalho das tarefas exigidas”.

A monitoração das atividades leva naturalmente ao planejamento das atividades, no qual o paciente poderá traçar, para si mesmo, metas para utilizar seu tempo de forma mais benéfica. É importante que seja solicitado ao paciente que avalie a maestria e o prazer nas atividades, hora após hora, durante todo o dia. Além disso, o terapeuta antes de incentivar um paciente a tentar monitorar suas atividades, ele poderá considerar comprometer-se a fazer o mesmo em sua vida cotidiana (WHITE e FREEMAN, 2003).


6.Resolução de problemas

De acordo com Yalom (2006), este método é caracterizado a partir dos desafios das crenças feitas ao paciente pelo terapeuta em relação a sua incompetência, decompondo um problema em componentes instrumentais e solucionáveis, com o objetivo de encontrar soluções para os problemas cotidianos.
Essa crença, para WHITE e FREEMAN (2003), parece estar mais enraizada entre indivíduos com distúrbios ansiosos. De acordo com o autor, a TCC em grupo traz como uma das diversas propostas proporcionar ao paciente uma experiência construtiva ao abordar os problemas da vida cotidiana encontrando uma solução para elas.
Este método de acordo com o autor supracitado, tem como proposta facilitar um processo no grupo que irá gerar respostas adaptativas aos problemas imediatos, o facilitador será o terapeuta. Conseqüentemente irá procurar revisar os velhos comportamentos que não funcionam mais e determinarão quais respostas se encaixam melhor.
É importante ressaltar em relação aos estágios iniciais do grupo que este método, os participantes tendem a tomar seus problemas como diferentes, daqueles das outras pessoas do grupo. Com a consolidação do grupo, as pessoas passam a reconhecer que muitas questões são as mesmas para todos (WHITE e FREEMAN, 2003).

7.Relaxamento

O autor supracitado descreve que uma premissa básica da TCC é que a terapia só no âmbito da conversa fica bastante exaustiva. Então, como grande parte dos pacientes experimentam tensão física, os terapeutas da TCC utilizam um poderoso instrumento aos pacientes que é o relaxamento, que tem a finalidade de sobrepor o estresse físico que toma conta do corpo.
O objetivo desse método é reduzir a tensão emocional através do relaxamento muscular progressivo, imaginação conduzida e exercícios de respiração e meditação (Yalom, 2006).

8. Avaliação de Risco
O QUE PODE ACONTECER SE .......
De acordo com o mesmo autor, este método é utilizado na TCC com a finalidade de identificar a fonte do sentido de ameaça dos pacientes e dos recursos que eles têm para enfrentar essas ameaças.

Ex: Um paciente que sofre com ataques de pânico e que traz como crença que essas crises são ataques cardíacos. O terapeuta examina essa crença e lembra o paciente de que ele pode usar a respiração profunda para se acalmar.

O terapeuta pode tranqüilizar o paciente realizando essa avaliação de risco, com a certeza de que existe algum ativador possível de se definir. A avaliação do risco ajuda clientes e terapeuta a enxergarem quais são de fato as origens das ameaças, além de fornecer uma leitura dos recursos dos pacientes para lidar com os riscos, produzindo um coeficiente de capacidade de risco (WHITE e FREEMAN, 2003).
De acordo com autor, através deste método, durante todo o processo terapêutico, os pacientes examinam as evidências reais de suas vidas para obter uma sensação mais verdadeira de risco e recursos. Portanto, através deste método, a TCC no grupo irá apoiar a exploração, com responsabilidade, de diferentes perspectivas sobre o risco e os recursos, ficando a cargo de cada indivíduo o que fazer em relação a este processo.


9.Protocolo do tratamento

É uma abordagem terapêutica integrada, que inclui todos os elementos-chave (métodos descritos e outros) comprovadamente úteis. Dessa forma, de acordo com o autor, haverá uma construção das partes para o todo. Este método tem a finalidade de abordar um conjunto básico de habilidades clínicas que orientam terapeuta e pacientes em seu desenvolvimento, mas para que seja efetivo e útil é necessário que haja um bom relacionamento colaborativo entre paciente e terapeuta (WHITE e FREEMAN, 2003).

10. Prevenção de Recaída

Segundo White e Freeman (2003), este método é uma parte essencial do processo de finalização do grupo terapêutico, já que a própria TCC tende a reconhecer que muitos dos problemas tratados em terapia tendem a ocorrer novamente durante o decorrer da vida de uma pessoa devido a fatores biológicos e culturais. Portanto, a intenção desta linha teórica é abordar os problemas do paciente com a finalidade de oferecer a eles um conjunto sólido de habilidades para a vida, em vez de visar somente a cura.
As últimas sessões consolidam os ganhos e identificam situações futuras que poderiam desencadear uma recaída (YALOM, 2006), trabalhando a prevenção da recaída através da programação de sessões de reforço, realizadas eventualmente com o grupo no futuro (WHITE e FREEMAN, 2003).
11. Agenda diária
· Combinar com os participantes o que será realizado e discutido na sessão.
12. Estabelecimento e reavaliar metas
YALOM, I, D. Psicoterapia de Grupo teoria e prática. Porto Alegre,

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL - TCC

A TCC: PRESSUPOSTO, OBJETIVOS, APLICAÇÃO E TÉCNICAS
Maria Inês Oliveira Santos

A visão teórica da TCC está baseada na idéia de que os sentimentos e os comportamentos do indivíduo são determinados pelo modo como ele estrutura o mundo e suas cognições. Deste modo, a finalidade do terapeuta Cognitivo-Comportamental é produzir mudanças cognitivas, isto é, mudanças no pensamento e nas crenças do paciente com o objetivo de que ocorra uma transformação emocional e comportamental duradoura (CORDIOLI, 2008).
Segundo Hawton (1997), grande parte do tratamento da TCC fundamenta-se no aqui e agora, tendo como principal foco ajudar a promover mudanças na vida das pessoas que buscam a psicoterapia. A solução de problemas constitui uma parte importante para enfrentar estes mesmos problemas identificados com o terapeuta.
Através desta abordagem, o paciente pode identificar distorções cognitivas, corrigi-las e apresentar melhora clínica, ou seja, com ela o paciente reavalia e corrige seus pensamentos. Ele é educado a agir e a pensar de modo mais realista e adaptado em relação aos seus problemas psicológicos, reduzindo, assim, os seus sintomas (CORDIOLI e cols, 2008).
O primeiro passo no processo terapêutico é explicar ao paciente o modelo cognitivo, o que são os pensamentos automáticos e como identificá-los, se são funcionais ou disfuncionais, o foco da TCC é trabalhar os últimos, modificando-os para redução dos sintomas. Após aliviar os sintomas, o foco passa a ser as crenças que sustentam os pensamentos disfuncionais.
Por meio da TCC, o paciente pode identificar seus pensamentos automáticos e crenças, consequentemente, apresentar melhora clínica.
A terapia cognitivo-comportamental, trata, conforme Ito (1998):
• depressão;
• fobia social;
• fobias específicas;
• transtorno de pânico;
• transtorno de estresse pós-traumático;
• transtorno obsessivo-compulsivo;
• dependência de substâncias psicoativas;
• disfunções sexuais;
• transtornos alimentares;
• transtornos de ansiedade na infância e na adolescência.

A terapia cognitiva é também indicada para pacientes de diferentes níveis sociais, de educação; ela foi adaptada para trabalho com idoso, criança e também para o trabalho com grupos, terapia de casais e para terapia familiar. O terapeuta busca de toda maneira produzir mudanças cognitivas, ou seja, no comportamento ou no sistema de crenças do paciente, com o objetivo de promover mudança emocional e comportamento duradouro. Na terapia cognitiva existem dez princípios, os quais são necessários para obtenção de resultados positivos (BECK, 1997):

Princípio N º 1- A terapia cognitiva se baseia em uma formulação em contínuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas em termos cognitivos;

Princípio N º 2 – A terapia cognitiva requer uma aliança terapêutica segura;

Princípio N º 3 – A terapia cognitiva enfatiza colaboração e participação ativa do paciente no processo terapêutico;

Princípio N º 4 – A terapia cognitiva é orientada em meta e focalizada em problemas;

Princípio N º 5 – A terapia cognitiva inicialmente enfatiza o problema;

Princípio N º 6 – a terapia cognitiva é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza prevenção de recaída;

Princípio N º 7 – A terapia cognitiva visa ter um tempo limitado;

Princípio N º 8 – As sessões de terapia cognitiva são estruturadas;

Princípio N º 9 – A terapia cognitiva ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais;

Princípio N º 10 - A terapia cognitiva utiliza uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, humor e comportamento.

Aplicação de Técnicas Cognitivo-Comportamental:
De acordo com Rangé (2001), as técnicas utilizadas na Terapia Cognitiva- Comportamental têm sido demonstradas de modo eficaz por estudos empíricos realizados ao longo dos últimos anos. Atualmente dispõe-se de uma ampla gama de tratamento de diversos problemas psiquiátricos, tais como: transtorno de ansiedade, depressão, disfunção sexual, distúrbios obsessivos compulsivos e alimentares.
As técnicas psicoterapêuticas da TCC seguem alguns princípios, pois se baseiam em idéias de que mudar as cognições ou comportamentos, reduz os sintomas e pode auxiliar pacientes portadores de uma variedade de problemas a buscar da solução (SUDAK, 2008).
O referencial metodológico e prático da teoria Cognitivo-Comportamental permite que se utilizem várias técnicas, tanto individuais como em grupo, com o intuito de se trabalhar habilidades de relacionamento, estilo de vida, ajustamento social, redução do estresse, resolução de problemas etc., permitindo, assim, mais controle sobre a situação (CABALLO, 1996). Vale ressaltar que a TCC é uma abordagem a qual enfatiza a psicoeducação.
Conforme Sudak (2008), cada sessão da TCC tem uma estrutura específica, o que se dá devido a várias razões, pois esta estrutura garante que qualquer mudança nos sintomas ou exacerbação do transtorno seja determinada no começo da sessão.
Isto quer dizer, a terapia emprega tratamentos comportamentais que incluem o uso da aplicação de tarefas graduais, nos quais pacientes desenvolvem uma lista com objetivos que não costumavam buscar ou de problemas que não resolviam, porque tinham pensamentos disfuncionais os quais interferiam nessas atividades.
Durante o processo terapêutico, várias técnicas são ensinadas ao paciente, para que ele próprio possa identificar pensamentos, emoções, e que, por meio de cada atividade, aprenda a resolver melhor seu problema.
Os terapeutas Cognitivo-Comportamentais, além da entrevista utilizam-se de outros instrumentos para complementar na sua avaliação e busca de resolução dos casos. Embora existam muitas, as mais utilizadas como instrumentos terapêuticos e educativos são: Registro do Pensamento ou Auto-Monitoria (Greenberg e Padesky, 1999); inventários Beek de Depressão-BDI (Beek, Ward, Mendeslson, Mack & Erbaugh, 1961), da Ansiedade – BAI (Beek & Steer, 1990); Inventário de Assertividade (Gambrill e Rickey, 1985) para avaliar as habilidades sociais, escala Yale-Brown para transtorno obsessivo compulsivo Y-BOCS (Goodman & Cols, 1989) que identifica os sintomas, duração, interferência, resistências do cliente, dentre outros (RANGÉ, 2001).
De acordo com Dattílio & Freeman (2004), é importante que o trabalho terapêutico se estenda através de ”Tarefas entre sessões”, que o paciente deve levar para si fora do setting terapêutico. É dessa forma que se evita a “dependência crônica” do paciente ao terapeuta. Sabemos que tem que existir a dependência entre o paciente e o terapeuta, mas só em forma de enfrentamento de crises. As tarefas entre sessões também são importantes para reforçar o trabalho terapêutico, dar um maior foco à terapia, principalmente em paciente com pouca autonomia.
A tarefa precisa fluir do material trabalhado na sessão, em vez de ser anexado no final da sessão simplesmente porque a TCC “deve” fluir. Quanto mais significativa e colaborativa a tarefa, maior a probabilidade de o paciente concordar com o regime terapêutico. O objetivo dessas tarefas devem ser claros e operacionais. O ideal é selecionar de três a quatro tarefas para cada intervalo entre sessões, solicitando o registro dos exercícios num caderno específico e propondo a freqüência e o tempo que o paciente deverá dedicar-se a elas (Sudak, 2008).
Sugestões para o bom andamento da terapia, segundo o medelo cognitivo abaixo:
• Estabeleça um relacionamento com o paciente e construa um rapport;

• Faça uma avaliação inicial gravidade da situação de crise;

• Ajude o paciente a avaliar e mobilizar suas forças e recursos;

• Trabalhem juntos para criar um plano positivo de ação;

• Teste ideias e novos comportamentos.



CABALLO, V. E. (Ed). Manual de técnicas de terapia e modificação do comportamento. São Paulo: Livraria Santos Editora, 1996.
CORDIOLI, Aristides Volpato (Org.) Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.
DATTILIO, E. M. & FREEMAN A. Estratégias Cognitivo- Comportamentais de intervenção em situações de crise. Porto Alegre: Artmed, 2004.
HAWTON, Keith (Et.al.) Terapia cognitivo-comportamental para problemas psiquiátricos: um guia prático. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
RANGÉ, B. Psicoterapia Cognitivo-Comportamentais: Um Diálogo com a Psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SUDAK, Donna M. Terapia Coginitivo-Comportamental na Prática. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2008.